Reverenciados como as Almas Santas,
Sagradas e Benditas, assumem um domínio por todo o campo astral. Assim,
questões emocionais envolvendo, por exemplo, família e relacionamentos,
ou ainda, superação de dificuldades emocionais como a morte de um ente
querido são bem compreendidas por estes seres. É a eles que apelamos
para guiar as almas desencarnadas em seu caminho até o plano divino e
são eles que assumem a difícil função de receber e reconfortar aqueles
que se acham nas trevas e na ignorância, em nosso plano físico ou mesmo
já no plano astral.
O trabalho dessa Falange está
direcionado, em sentido amplo, para a sutilização desse plano astral de
nosso planeta Terra. Explicando melhor, esse plano, com todas as nossas
práticas danosas de desrespeito à Mãe Natureza, vem, a cada dia, sendo
marcado com uma energia prejudicial ao nosso desenvolvimento espiritual.
Além disto, todo e qualquer pensamento de desamor, mágoa, ciúme, ódio e
todos os maus sentimentos que guardamos em nosso peito, contribuem para
a formação dessas energias nesse plano, que geram, como reflexo, uma
grande influência nos corpos astrais de todos aqueles que habitam nosso
planeta. O derramamento de sangue pelas guerras horrendas contribui, em
muito, para aumentar, ainda mais, a densificação desse plano tão
importante para nosso desenvolvimento espiritual.
São estes queridos Pretos-Velhos os
grandes guardiões do Astral. São eles que nos protegem em todos os
trabalhos de magia. São eles que velam pelas milhares de almas que, a
cada dia, deixam o corpo de carne para despertarem no plano astral. São
eles, enfim, que tanto ajudam no processo de sutilização deste plano
tanto no sentido amplo, englobando todo nosso planeta, como no sentido
estrito, ou seja, tomando cada um de nós em seu colo e acalmando nossas
emoções no momento em que mais precisamos. Enquanto houver uma energia
que seja maculando este Mundo Astral, ali haverá, com certeza, um
Preto-Velho a cuidar para que esta mácula seja retirada, sutilizando-a
no Amor Universal e Incondicional. Exemplo claro dessa dedicação pode
ser visto na prece conhecida como “As sete lágrimas de um preto-velho”, modelo modificado do original exposto por Matta e Silva chamado então “As sete lágrimas do Pai-preto”1.
É através do negro escravo, dentro das
senzalas brasileiras, que o culto aos Orixás ganha força. Mais tarde,
esse culto iria ganhar identidade própria e, deixando-se influenciar
pelas mais diversas Tradições, iria surgir com uma nova ritualística,
onde a cultura do negro, do branco, do índio e do oriental se
manifestariam na mais perfeita harmonia, sem que uma pudesse sobrepujar a
outra, todas coexistindo de forma a oferecer mais um caminho para o
despertar humano.
Foi na humildade do negro, que se inicia
todo este processo de resgate, que a Umbanda encontra seu maior
alicerce. Assim poderíamos definir esta grande Falange: através da
humildade de seus integrantes. São eles que se curvam perante o ser
humano já tão cansado com seus problemas cotidianos, mostrando que
sempre haverá de brilhar a luz da esperança no coração de almas tão
calejadas por qualquer tipo de sofrimento.
Na incorporação, esses grandes seres
curvam o corpo do médium, em uma tentativa de aproximar, o máximo que
puderem, o chakra raiz do médium, localizado na região do esfíncter, com
o chakra frontal, localizado entre as sobrancelhas, unindo, desta
forma, a energia da Mãe Terra com a força da mente do Homem superior.
Essas duas energias unidas levam o processo mágico ao seu ponto de
aproveitamento total.
O trabalho dessa Falange está revestido
pelo grande amor que dedicam ao nosso planeta e à nossa humanidade.
Quem, tendo tido a maravilhosa experiência de estar em frente a um
Preto-Velho, não haveria de se lembrar do carinho e do afago que jamais
saem de nossa lembrança. E esses seres, grandes Magos que são,
humildemente se curvam perante nós, nos ensinando que somente pela
humildade pode a Divindade ser despertada em nossos corações.
Origem do nome | O nome dessa Falange, uma das mais tradicionais na nossa Umbanda, foi tomando forma ao longo da história da nossa religião. Chamados também de Pais Pretos e Mães Pretas, Santas Almas, Povo do Cativeiro, entre outros. |
Mantra | Adorei as Almas! ou Salve as Almas Santas, Sagradas e Benditas! |
Qualidade divina | Representam a humildade que devemos ter perante a Divindade |
Instrumento/Insígnia | Cachimbo e cajado são dois exemplos típicos |
Astro canalizador | Saturno e Lua |
Fase lunar | Qualquer fase lunar |
Campo de ressonância | Cemitérios, cruzeiros, águas profundas |
Cor | Preto e Branco |
Número | 13 |
Flores | Rosa branca e flores brancas em geral |
Essências | Junquilho e Rosa branca (Pretas-Velhas), Alecrim (Pretos-Velhos) |
Imãs (comida) | Bolo de milho, pão de milho, mingau de arroz (chamado mingau das almas) |
Libação (bebida) | Vinho tinto e café preto |
Metal | Chumbo |
Pedra | Obsidiana floco-de-neve |
Datas comemorativas | 13 de maio |
Dia da semana | Segunda-feira |
Ervas | Arruda, guiné piu-piu, aroeira, alfazema, rosa branca, alecrim, manjericão. |
Horário vibratório | 18h às 6h |
Exemplo de mandala | Oferecer um pote mingau das almas enfeitado com 13 galhos de arruda. Ladear com uma xícara de café e uma vela branca. |
[1] SILVA, W. W. da Matta e. Umbanda de todos nós. São Paulo: Ícone, 1996. p. 53